Eu sinto muitas saudades de umas boas aulas de filosofia. Ou mesmo de ler filosofia, pensar filosoficamente. É uma pena que a quase ninguém tenha mais o interesse.
Eu percebi que gosto mais do assunto que imaginava quando o professor falava de filósofos e de pensamentos e eu não só sabia de onde tinham vindo, mas o que significavam. Eu também preciso ler mais filosofia pra sacar melhor tudo ao meu redor.
fiquei tão feliz com sua presença no festival e que gostou! <3
obrigada por compartilhar meu review de the substance, acho que é bem isso: pra mulher bate diferente e o body horror tava escondido nas sombras faz tempo porque well, não é todo mundo que gosta mesmo e tá tudo bem!
eu concordo com a Ju, inclusive é uma coisa que prego muito na terapia: nosso cérebro funfa nesse esquema de quanto menos a gente faz... menos tem vontade de fazer. ainda que seja uma fase, que vai acabar, é bom aos pouquinhos aprender a ser gentil de entender que tá tudo bem nesse período ir desacelerado e fugir das amarras da produtividade laboral porque afinal seu valor está na pessoa maravilhosa que é. e estarei aqui aguardando e apoiando todos os projetos não remunerados que estão por vir! bora
ps: lembro que na minha faculdade ao invés de FILOSOFIA tivemos aula de ÉTICA E CULTURA RELIGIOSA, de cair o cu da bunda
Tenho gasto boa parte dos meus poucos minutos ociosos recentes em pensar sobre trabalho, cansaço e descanso.
E disso tudo o que consigo te dizer é que a culpa é da internet.
Tá, vamo lá, vou te explicar.
Nós somos de uma época onde estar online não era constante.
Na real,no começo de tudo, na época dos fóruns e tal, tudo era extremamente efêmero. As vezes um e-mail só era respondido 4 ou 5 dias depois de seu recebimento. As vezes um comentário num blog levava meses pra ser respondido. E nós lidávamos com isso.
Aí veio a época dos mensageiros e tudo mudou pra online e offline. Quando era algo muito urgente nos propúnhamos a esperar a pessoa com quem queríamos conversar estar online. E isso inclusive era um sinal para o mundo.
As interações de dias ou semanas agora levavam horas. E as vezes eram instantâneas. Só as vezes.
Raramente alguém deixava-se colocar como online caso fosse usar o pc só por 5 ou 10 minutinhos. E quando nos diziam isso entendíamos como o famigerado migué.
Já havia uma ansiedade extra, mas, controlada. Só nos permitíamos ser ansiosos em frente a um computador. Longe dele o mundo online não existia e tanto fazia.
Mas aí vieram as redes sociais, os smartphones ficaram mais smart e menos phones e, bom, cá estamos.
Agora tudo é um evento, uma notificação, um convite a pegar o smartphone por 1 segundinho que seja. Uma reply no Instagram, um stories de alguém que cê tá afim, qualquer coisa. E ao longo do dia vamos nos dando essas pequenas porém constantes pílulas de online. E sem que percebamos estamos efetivamente o tempo todo online.
Mas nisso tu já deve ter pensado também, então vou um pouquinho além, calma.
Se você pensar bem, verá que falei sobre 3 estágios de vida num período de 25 ou 30 anos.
Efemeridade em 2000, online/offline 2010, online contínuo 2020.
São 3 mudanças de comportamento geracional gigantescas. 3 readequações de hábitos que vivemos ao longo das nossas vidas que, veja bem, sequer chegaram na metade, ao menos tecnicamente.
Pensa por exemplo em quem era do tempo do rádio e migrou pra era da TV. Essa migração foi gradual, longa, e mesmo assim teve gente que não se adequou bem. Quando eu era criança, por exemplo, era comum ver meu vô preferir ouvir o jogo no rádio a ligar a TV, algo impensável pra maioria dos homens em idade de pai que eu conhecia "O meu eu não conhecia".
Nós somos a primeira geração que, tirando o fator de comportamento e linguística, acompanhou e se adaptou aos costumes da nova geração, sem que houvesse tempo pra respirar.
Nós acessamos as mesmas redes que crianças de 15 anos. Jogamos os mesmos jogos, frequentamos os mesmos sites e ou apps. E sem que nos presenteemos com o direito de achar tudo frenético e caótico demais, como por exemplo eram os adultos da nossa infância quando nos viam assistindo um anime como Dragon Ball, por exemplo.
Onde quero chegar com tudo isso?
A solução é redescobrir o olhar pro teto.
É ir pro meio do mato e ficar acompanhando a perene jornada de uma formiga entre uma folha e outra. É ir pra rua só por que sim, só pra ver o que se passa. E é sobretudo sobre ficar longe de telas.
Se notares bem, vais ver que tudo o que tu descreveu como atividades que tem feito envolve telas, exceto dormir. A não ser que tu seja um desses malucos que dorme com fones com cancelamento de ruído.
E é daí que vem essa sua enorme estafa e sobretudo falta de empolgação.
Se você enumerar 10 coisas que gostaria de fazer no seu tempo de lazer, metade delas pelo menos terá haver com telas.
Usar uma rede social, jogar jojinhos, ver uma série, assistir alguma coisa no Youtube, Ler um Livro digitalmente, escrever na Newsletter.
Tela tela e mais tela.
A conclusão é essa aí. Sozinho ou acompanhado, pega aquilo que lhe for importante "E não for tela" e vá passar uns 2 ou 3 dias na casa do caralho, sem nem sinalde internet.
Vais ver como o descanso parece bem mais descanso e o tempo parece render o dobro.
Amigo, espero que vc transforme esse texto numa edição da sua newsletter, pq ele é muito bom. Eu não tenho o costume de só olhar pro teto, de ir pra um parque e ficar lá de boa, olhando o mato, e eu acho que você tá certo. Acho que preciso disso. Menos tela. Seria 1 sonho???? Imagina não ter que trabalhar, me comunicar, e me divertir no computador?
Eu sinto muitas saudades de umas boas aulas de filosofia. Ou mesmo de ler filosofia, pensar filosoficamente. É uma pena que a quase ninguém tenha mais o interesse.
Eu percebi que gosto mais do assunto que imaginava quando o professor falava de filósofos e de pensamentos e eu não só sabia de onde tinham vindo, mas o que significavam. Eu também preciso ler mais filosofia pra sacar melhor tudo ao meu redor.
Luci uma amiga CORRETISSIMA RAINHA MUSA ISSO MESMO
fiquei tão feliz com sua presença no festival e que gostou! <3
obrigada por compartilhar meu review de the substance, acho que é bem isso: pra mulher bate diferente e o body horror tava escondido nas sombras faz tempo porque well, não é todo mundo que gosta mesmo e tá tudo bem!
eu concordo com a Ju, inclusive é uma coisa que prego muito na terapia: nosso cérebro funfa nesse esquema de quanto menos a gente faz... menos tem vontade de fazer. ainda que seja uma fase, que vai acabar, é bom aos pouquinhos aprender a ser gentil de entender que tá tudo bem nesse período ir desacelerado e fugir das amarras da produtividade laboral porque afinal seu valor está na pessoa maravilhosa que é. e estarei aqui aguardando e apoiando todos os projetos não remunerados que estão por vir! bora
ps: lembro que na minha faculdade ao invés de FILOSOFIA tivemos aula de ÉTICA E CULTURA RELIGIOSA, de cair o cu da bunda
Se eu tivesse essa aula aí de ética e cultura religiosa, rapaz, eu ia trazer cada noção ética e religiosa de OUTRAS RELIGIÕES que ia ser top.
Tenho gasto boa parte dos meus poucos minutos ociosos recentes em pensar sobre trabalho, cansaço e descanso.
E disso tudo o que consigo te dizer é que a culpa é da internet.
Tá, vamo lá, vou te explicar.
Nós somos de uma época onde estar online não era constante.
Na real,no começo de tudo, na época dos fóruns e tal, tudo era extremamente efêmero. As vezes um e-mail só era respondido 4 ou 5 dias depois de seu recebimento. As vezes um comentário num blog levava meses pra ser respondido. E nós lidávamos com isso.
Aí veio a época dos mensageiros e tudo mudou pra online e offline. Quando era algo muito urgente nos propúnhamos a esperar a pessoa com quem queríamos conversar estar online. E isso inclusive era um sinal para o mundo.
As interações de dias ou semanas agora levavam horas. E as vezes eram instantâneas. Só as vezes.
Raramente alguém deixava-se colocar como online caso fosse usar o pc só por 5 ou 10 minutinhos. E quando nos diziam isso entendíamos como o famigerado migué.
Já havia uma ansiedade extra, mas, controlada. Só nos permitíamos ser ansiosos em frente a um computador. Longe dele o mundo online não existia e tanto fazia.
Mas aí vieram as redes sociais, os smartphones ficaram mais smart e menos phones e, bom, cá estamos.
Agora tudo é um evento, uma notificação, um convite a pegar o smartphone por 1 segundinho que seja. Uma reply no Instagram, um stories de alguém que cê tá afim, qualquer coisa. E ao longo do dia vamos nos dando essas pequenas porém constantes pílulas de online. E sem que percebamos estamos efetivamente o tempo todo online.
Mas nisso tu já deve ter pensado também, então vou um pouquinho além, calma.
Se você pensar bem, verá que falei sobre 3 estágios de vida num período de 25 ou 30 anos.
Efemeridade em 2000, online/offline 2010, online contínuo 2020.
São 3 mudanças de comportamento geracional gigantescas. 3 readequações de hábitos que vivemos ao longo das nossas vidas que, veja bem, sequer chegaram na metade, ao menos tecnicamente.
Pensa por exemplo em quem era do tempo do rádio e migrou pra era da TV. Essa migração foi gradual, longa, e mesmo assim teve gente que não se adequou bem. Quando eu era criança, por exemplo, era comum ver meu vô preferir ouvir o jogo no rádio a ligar a TV, algo impensável pra maioria dos homens em idade de pai que eu conhecia "O meu eu não conhecia".
Nós somos a primeira geração que, tirando o fator de comportamento e linguística, acompanhou e se adaptou aos costumes da nova geração, sem que houvesse tempo pra respirar.
Nós acessamos as mesmas redes que crianças de 15 anos. Jogamos os mesmos jogos, frequentamos os mesmos sites e ou apps. E sem que nos presenteemos com o direito de achar tudo frenético e caótico demais, como por exemplo eram os adultos da nossa infância quando nos viam assistindo um anime como Dragon Ball, por exemplo.
Onde quero chegar com tudo isso?
A solução é redescobrir o olhar pro teto.
É ir pro meio do mato e ficar acompanhando a perene jornada de uma formiga entre uma folha e outra. É ir pra rua só por que sim, só pra ver o que se passa. E é sobretudo sobre ficar longe de telas.
Se notares bem, vais ver que tudo o que tu descreveu como atividades que tem feito envolve telas, exceto dormir. A não ser que tu seja um desses malucos que dorme com fones com cancelamento de ruído.
E é daí que vem essa sua enorme estafa e sobretudo falta de empolgação.
Se você enumerar 10 coisas que gostaria de fazer no seu tempo de lazer, metade delas pelo menos terá haver com telas.
Usar uma rede social, jogar jojinhos, ver uma série, assistir alguma coisa no Youtube, Ler um Livro digitalmente, escrever na Newsletter.
Tela tela e mais tela.
A conclusão é essa aí. Sozinho ou acompanhado, pega aquilo que lhe for importante "E não for tela" e vá passar uns 2 ou 3 dias na casa do caralho, sem nem sinalde internet.
Vais ver como o descanso parece bem mais descanso e o tempo parece render o dobro.
Amigo, espero que vc transforme esse texto numa edição da sua newsletter, pq ele é muito bom. Eu não tenho o costume de só olhar pro teto, de ir pra um parque e ficar lá de boa, olhando o mato, e eu acho que você tá certo. Acho que preciso disso. Menos tela. Seria 1 sonho???? Imagina não ter que trabalhar, me comunicar, e me divertir no computador?
Adorei - e tô na torcida aqui pra vc conseguir um trampo show e a gente se ver de novo. Saudades, bonito <3