E se o vocalista fosse um bongô?

The Incredible Bongo Band e seu jeito mágico de deixar o bom ainda melhor

Imagine o seguinte filme:

Um velho racista está prestes a morrer e descobr que há um jeito muito simples de driblar o inevitável: transplantar sua cabeça para outro corpo. O que ele não esperava é que a experiência dá certo… porém no corpo de um homem negro!

(Engraçado como o trailer começa com “it seemed like a good idea at the time” e a frase cai como uma luva)

O filme de 1972 The Thing With Two Heads é um filme sci-fi blaxploitation com esse exato plot, e ele precisava de uma trilha sonora tão maluca quanto. Um executivo da MGM reuniu uma galera para fazer uns covers com uma pegada bem funk, pra cima, no estilo da época. Mas, pra salpicar uma diversão no projeto, colocou uns bongôs e tambores de conga no jogo.

Nasceu The Incredible Bongo Band, que transformou trilhas sonoras clássicas como essa:

Em SONZERAS ABSURDAS como essa:

Se você não está de pé, dançando, você está errado.

Os sons que The Incredible Bongo Band fizeram foram sampleados por um montão de gente — Massive Attack, Beastie Boys, Nas — e foram usados em vários filmes e séries por aí.

Acho fascinante descobrir a origem de alguns sons que acompanham a gente durante toda a nossa vida — afinal, eu duvido você escutar Bongolia e falar “ah, eu nunca ouvi essa música antes”. Eu aposto dinheiro que sim, você já deve ter ouvido algo assim, especialmente se você tiver mais de 30 anos.

Você precisa ter uma boa maturidade musical pra pegar um som como Let There Be Drums, cujo foco é a bateria, e melhorá-la ainda mais. Ouça a original:

E agora, a versão do The Incredible Bongo Band:

No dia que eu for muito rico e fizer um filme de máfia e espionagem situado na América Central, é essa a versão de Satisfaction, do Stones, que quero colocar como trilha sonora:

Essa é uma lembrança como seus projetos paralelos podem se tornar muito maiores que sua produção principal — quem lembra de The Thing With Two Heads? Pois é.

Agora, de The Incredible Bongo Band todo mundo vai lembrar — e ser lembrado — para sempre.